passámos um fim de semana no évora farm hotel and spa, a última novidade no alentejo
- Isso foi um pum ou um terramoto?
Foi com esta pérola que fui brindada mal estendi a toalha na espreguiçadeira da piscina do hotel.
Uma família de quatro com duas crianças pequenas tomaram conta do pedaço quais mini Cristinas Ferreiras. Com um pequeno trator telecomandado, foram a banda sonora que nos calhou neste fim de tarde na piscina. Sabe aqueles pais que estão o tempo todo a seguir as criancinhas, com medo que eles parem de respirar? Credo. Pior, a família passou de quatro para oito num ápice com a chegada dos cunhados e da sogra avantajada com uma pala branca na cabeça.
Do outro lado da piscina, uma senhora fazia uma videochamada com uma amiga. Porque é que esta malta acha que temos prazer em ouvir as conversas alheias aos gritos em Facetime? Enfim, mas se há coisa de que os hotéis não têm culpa é de hóspedes malcriados. Antes pelo contrário, muitos funcionários merecem autênticos altares.
O hotel
Foi o caso da maioria dos funcionários do Évora Farm Hotel and SPA, que foram sempre super simpáticos, educados e atenciosos. Aliás, a qualidade do serviço está presente em todos os hotéis do grupo DHM, o fundo que se dedica a ressuscitar hotéis, como este que esteve embargado anos depois do polémico negócio que envolveu o famoso guarda-redes do FC Porto, Vítor Baía. A estrutura que já estava construída foi aproveitada, o que justifica o tamanho desproporcionado do empreendimento numa região com o Alentejo.
Inserido numa propriedade com 11 hectares, a cerca de 20 minutos de carro de Évora, o hotel tem 56 quartos e 5 villas, duas piscinas exteriores, um SPA com piscina interior, pomar, horta biológica e pequenos animais de quinta. A decoração é moderna e minimalista bem ao estilo dos hotéis do grupo DHM. Tem detalhes rústicos em madeira com muito bom gosto e tanto os espaços comuns como os quartos são enormes e cheios de luz.
Os quartos
O Évora Farm Hotel and SPA tem 4 tipos de quartos: os Family Rooms, os Garden and Pool Rooms, os Countryside Rooms e os Premium Terrace Rooms. São todos espaçosos, muitíssimo bem decorados e com boas casas de banho.
Depois há as espetaculares Private Pool Villas que, como o próprio nome indica, têm uma piscina privativa, ideais para famílias e para quem gosta de paz e sossego.
Nós ficámos num Garden and Pool Room. Gostámos imenso do quarto apesar da proximidade das piscinas. Nós ainda ficámos no primeiro andar, mais resguardados da confusão.
Os quartos no andar debaixo têm uns pequenos e deliciosos terraços que dão acesso direto à piscina e aos jardins mas, na minha modesta opinião, têm pouca privacidade, porque estão demasiado próximos da zona da piscina.
O exterior
A piscina, aliás, as piscinas são boas e a decoração exterior é muito gira. Provavelmente deveria haver mais espreguiçadeiras na zona da relva para conseguirmos fugir das famílias numerosas e de gente sem noção, sobretudo em tempos de Covid.
Mas no dia seguinte à nossa chegada, descobrimos um admirável mundo novo a poucos metros dali. Decidimos ir explorar o hotel e não é que nos deparamos com um paraíso de piscinas só para adultos? Não, não comece a pensar em ideias picantes, são quatro ou cinco piscinas mais pequenas, longe da confusão com uma vista privilegiada para o campo que são um sonho de sossego. Com umas espreguiçadeiras enormes e super confortáveis, são tudo o que idealizamos para uns momentos de paz e tranquilidade.
É claro que, já que nos viram a chegar sem filhos, deviam ter-nos avisado na receção que havia todo este paraíso para desfrutar, mas enfim descobrimos tarde mas ainda aproveitámos. Não fosse o meu sexto sentido e a minha curiosidade em conhecer todos os cantos do hotel, tínhamos passado mais um dia na companhia da matriarca da pala branca e respetiva família.
O À Terra
Já se sabe que todos os restaurantes do grupo DHM seguem a mesma filosofia (menus sazonais baseados numa alimentação saudável e sustentável, regressando às origens dos sabores tradicionais) e têm o mesmo nome: À Terra. E este, tal como os “irmãos mais velhos” não desiludiu, antes pelo contrário.
Primeiro, o espaço, sobretudo exterior, está muito giro, com uma decoração exemplar. Depois o chef Tiago Santos consegue transformar as memória da gastronomia alentejana em pratos incrivelmente deliciosos recorrendo a produtos da região e à horta biológica, às árvores de fruto e ao olival da herdade.
Resultado: almoçámos duas saladas frescas e muito boas (eu de abacate e camarão, Ele de salmão e queijo creme) e jantámos ainda melhor: eu deliciei-me com uma incrível corvina com arroz de bivalves e um espetacular camarão tigre por cima, já Ele ficou rendido a um entrecôte com uma deliciosa salada de tomate e morango com batatas caseiras. Partilhámos um tentador brownie de amêndoa com gelado de laranja à sobremesa. E foi assim que mais uma vez desgracei completamente a minha dieta. Mas valeu a pena. Estava tudo mesmo bom.
Já o pequeno almoço, é dos mais fraquinhos dos hotéis do grupo DHM. Não havia tanta variedade de produtos como nos outros. Os ovos mexidos estavam bons mas as panquecas estavam frias, secas e demasiado densas. É o problema de não serem feitas no momento e de ficarem a arrefecer no buffet.
Mas ao mesmo tempo tinha um detalhe fantástico: a maioria dos ingredientes do pequeno-almoço estava em pequenos frascos individuais: os iogurtes, os sumos detox, os cereais, a granola, a fruta fresca, para gáudio e alívio do meu querido Marido Mistério, esse Covid Freak.
Se quiser saber mais sobre o hotel e os preços que variam, consoante os quartos, clique aqui.
O bom
A decoração do hotel e dos quartos
O ótimo
As piscinas mais pequenas longe da confusão e o jantar no À Terra
O mau
A confusão na piscina
Boa viagem,
Ela
fotos: d.r.
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