como a I guerra mundial esteve na origem dos doces de halloween

A festa de Halloween, que se celebra todos os anos na noite de 31 de Outubro, foi criada pelos celtas, há mais de 2 mil anos. Nessa época, na região do Reino Unido, Irlanda e Norte de França, o Ano Novo começava a 1 de Novembro e a festa celebrava-se na noite da véspera quando os fantasmas dos mortos voltavam à Terra. Havia fogueiras, padres vestidos de preto, bruxas, fantasmas, mortos-vivos e eventualmente algumas abóboras para homenagear o fim da época das colheitas agrícolas. Mas não havia doces e seguramente não havia rebuçados.

Essa moda da doçura ou travessura só surgiu, já no século XX, e por culpa da I Guerra Mundial.

No final do século XIX, os americanos começaram a adoptar o caramelo caseiro. Rapidamente as receitas se popularizaram entre as famílias. Além de serem deliciosas, ajudavam a combater a subnutrição. Daí até aparecerem as primeiras lojas de bairro com caramelos caseiros foi um pequeno passo para o homem, um gigante prazer para a Humanidade.

Por ser uma poderosa injecção de calorias numa época em que as gripes e as pestes devastavam milhões de pessoas, os negócios começaram a crescer e, no início do século XX, nasceram as primeiras grandes marcas de doces, como a Hershey, a Necco e a Mars. Foi assim que os Estados Unidos chegaram à I Guerra Mundial: com as primeiras fábricas de chocolates a funcionarem em pleno e com um país a acreditar que os doces eram saudáveis.

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O jornal americano Washington Post conta que, quando os Estados Unidos entraram na Grande Guerra, em 1917, os "oficiais acharam que as calorias adicionais presentes no açúcar poderiam ajudar os soldados a superarem-se". Foi por isso que os chocolates, doces e rebuçados começaram por ser autorizados a todo o exército e acabaram a ser oferecidos às tropas, tanto pela estrutura militar como pelas famílias que faziam questão de enviar guloseimas para os parentes na guerra.

Até as próprias marcas de doces começaram a produzir produtos específicos, em formatos individuais e de bolso, para serem doados aos militares. Os doces passaram a ter alguns cuidados nutricionais, como a integração de ingredientes ricos em proteínas. E as exportações para a Europa dispararam. Entre 1917 e 1918, foram criadas 16 fábricas americanas de doces e chocolates na Europa, com capacidade para produzirem 20 milhões de tabletes ou barras especificamente para serem distribuídas pelos soldados. Em 1918, os Estados Unidos exportavam para a Europa mais de 10 mil toneladas de açúcar para a produção de doces. Tudo porque as calorias e a cafeína presentes nos doces ajudavam a elevar o moral das tropas.

O sucesso foi tão grande que, em 1918, a distribuição de doces tornou-se oficial nas Forças Armadas americanas: todos os 10 dias eram enviados cerca de 250 g de doces para oferecer aos soldados que estavam fora do país. Só durante o primeiro mês desta medida, foram mandadas mais de 1.500 toneladas de doces.

Quando os militares americanos voltaram para casa, em 1919, vinham viciados em doces e encantados com os deliciosos chocolates belgas, franceses e suíços que haviam conhecido durante a guerra. Durante os anos 20, a indústria dos doces nos Estados Unidos sofreu um boom brutal, com algumas marcas fundadas mesmo por veteranos regressados da Europa.

As marcas de chocolates multiplicaram-se, as vendas dispararam e os filhos dos veteranos de guerra trataram do resto. Nos anos 30, eles já andavam pelos bairros a tocar às campainhas com a chantagem mais inocente de todas: doçura ou travessura.

 

Um óptimo chocolate para si onde quer que a Guerra Mundial esteja,

Ele

 

foto: washington post

 

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