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da ericeira à nazaré: um roteiro único pelo paraíso do surf

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Surf, História e Tradição. São as três palavras que me ficaram na memória depois de fazermos este roteiro pela Costa Oeste. Apesar de ter a fama de ser onde o inverno costuma passar o verão, curiosamente apanhámos um tempo ótimo enquanto chovia copiosamente no resto do país. É o famoso microclima do Oeste, sempre do contra! Claro que as nuvens nos acompanharam durante todo o roteiro, mas isso já se sabe: Bem-vindos ao Oeste!

 

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Desafiados mais uma vez pela SEAT para descobrirmos o melhor de Portugal, partimos rumo à Costa Oeste ao volante de um SEAT Arona, ideal para um programa a dois, sobretudo para um casal que está sempre de telemóvel na mão e computador no colo a registar tudo o que vê e que experimenta. Mais ainda quando o meu querido e incompetente Marido Mistério se esqueceu do carregador do telemóvel em casa. Bendito carregador wireless do carro que nos salvou o fim de semana.

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O nosso ponto de partida foi a Ericeira, a apenas 35 km de Lisboa. A típica vila piscatória cresceu e de que maneira! Já não vinha aqui há uns anos e não me lembrava de ser tão grande, confesso. Começámos pela Praia do Sul, com o antigo Hotel de Turismo da Ericeira, que hoje pertence à cadeia Vila Galé, como pano de fundo.

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Com uma localização privilegiada, é provavelmente a melhor opção para passar uns dias aqui na Ericeira. Apesar de não ser o meu género de hotel (demasiado grande e uma decoração um bocadinho antiquada), o Vila Galé Ericeira é confortável, tem 2 piscinas em cima do mar e uma vista de sonho sobre o Oceano Atlântico.

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Nós preferimos a deliciosa Quinta dos Bons Cheiros, onde ficámos há uns anos (leia a nossa crítica aqui) e onde gostaríamos muito de voltar, sobretudo agora que cresceu e tem uma piscina encantadora e um alpendre de sonho.

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Até hoje não me esqueci do incrível e requintado pequeno-almoço que nos serviram neste paraíso escondido. Vale mesmo a pena vir da Ericeira até Odrinhas só para passar aqui uma noite.

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Arrumámos o carro junto ao emblemático hotel da Ericeira e decidimos explorar o centro a pé. Fomos até à marginal e subimos pelo passeio junto ao muro que protege a vila da força das ondas. Aqui tem um ótimo restaurante, a Tasca da Boa Viagem, com uma pequena esplanada, e um peixe delicioso. Nós ficámos rendidos a uns fresquíssimos salmonetes grelhados.

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Vale a pena parar em frente da fachada da discoteca Ouriço, a mais antiga discoteca do país, só para tirar uma fotografia ao incrível trabalho do artista João Parrinha que pintou na perfeição o centro histórico da vila, com as suas cores e recantos típicos, uma homenagem que a discoteca decidiu fazer à Ericeira para celebrar os seus 59 anos de existência.

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Uns metros à frente reencontrámos a antiga tasca e loja de conservas Vira-Latas, que tanto deslumbrou o meu querido Marido Mistério há uns anos (leia aqui), e que entretanto se transformou no Mar das Lapas, um delicioso wine bar e restaurante de petiscos.

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Virámos para o centro e passeámos pela Rua Dr. Eduardo Burnay, uma das mais movimentadas do centro da Ericeira, e que tem imensa vida: pastelarias e lojas de surf a cada esquina. Pare na Pastelaria Salvador para se deliciar com um ouriço, o doce típico da região, e não deixe de passar pela Casa Gama e levar para casa um saquinho com as melhores areias da região.

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Acabámos por voltar para sul para almoçar. Tem aqui dois restaurantes, as Furnas, que já conhecíamos e onde se come bom peixe e marisco, e o Sul, situado em pleno Parque de Santa Marta, com uma ótima vista, mas do qual infelizmente não ficámos fãs. Pedimos, para começar, um carpaccio de bacalhau e um queijo fresco saloio bons, mas pouco surpreendentes. Seguiram-se uns salmonetes que estavam pouco saborosos (sem sal) e uns filetes de peixe galo secos. Salvou-se o arroz de lingueirão que era ótimo. Conclusão: o Furnas é claramente superior.

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Voltámos para o carro e seguimos para norte. Depois de passarmos as praias dos Pescadores e do Norte, parámos logo a seguir no miradouro da Ermida de São Sebastião com uma vista deslumbrante, sobretudo para a Praia de São Sebastião, junto à ermida e à fonte com o mesmo nome.

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A praia é bonita mas não é vigiada. Aqui o surf é rei, aliás, não foi por acaso que esta região recebeu a distinção de Reserva Mundial de Surf. Em cada esquina, vemos pessoas de todas as idades com uma prancha debaixo do braço.

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Na Praia do Matadouro, mais a norte e com algumas rochas à beira-mar, vimos dezenas de surfistas de todas as idades e nacionalidades a ter aulas de surf, ainda nesta altura do ano.

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Outro local incrível para praticar surf é a Pedra Branca, uma praia linda, preferida por muitos surfistas profissionais. A 2 minutos de carro, encontra a maior loja de surf do mundo: a 58 Surf Shop, um autêntico paraíso para surfistas.

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E, claro, tínhamos de ir espreitar a famosa Ribeira D’Ilhas. A praia é linda e tem um miradouro com uma vista deslumbrante que é “vigiado” por uma estátua de um surfista apresentado como “o guardião” da praia, mas que mais parece o Hércules da Disney em versão anoréctica. A Praia de Ribeira D’Ilhas tem ótimos acessos, um bom parque de estacionamento e um restaurante moderno e bem arranjado com uma esplanada enorme em cima do mar.

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Por esta altura, já o meu querido Marido Mistério estava a sonhar com a Marisqueira de Ribamar, em Ribamar. “Só para um lanche rápido”, argumentava Ele. Eu nem queria acreditar, porque ainda estava em plena digestão do almoço. Mas para desespero d’Ele e para bem da minha dieta, quando lá chegámos a Marisqueira de Ribamar estava fechada. Era dia de folga. Aleluia. Nós já lá fomos várias vezes e vale mesmo a pena. O marisco é delicioso e fresco!  

Seguimos caminho, rumo a norte, e logo a seguir parámos na Praia de São Lourenço, outro paraíso para os surfistas. Cercada por falésias, forma uma espécie de concha e tem boas infraestruturas.

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Mas confesso que, alguns quilómetros mais à frente, a Praia da Foz do Sizandro, em Torres Vedras, impressionou-me ainda mais. Que vista espetacular! De um lado as águas batidas do oceano, do outro as águas tranquilas do rio. No meio, um extenso areal que se transforma quase numa ilha. Não conhecia e fiquei deslumbrada com a beleza natural da paisagem.

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Entretanto, já estava a anoitecer e tínhamos de partir para Santa Cruz, onde iríamos dormir na primeira noite. Estava doida para experimentar o Noah Surf House (de que já tínhamos falado aqui) e o hotel superou todas as minhas expetativas. Situado em frente à Praia da Física, é lindo, é original e super confortável. Pensado para receber famílias e grupos de amigos apaixonados por surf e não só.

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Tem um Sports Center onde pode aprender ou praticar atividades como surf, claro, stand up paddle ou skate (sim, há um skate park). Além disso, tem um ginásio e um estúdio para praticar ioga. Já para não falar da horta biológica, da piscina infinita, do rooftop, do sunset deck com lareira e do jacuzzi exterior. Tudo isto literalmente em cima da praia.

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O hotel é um espaço ecológico e sustentável com preocupações de eficiência energética, recorrendo a energias renováveis, aproveitando os recursos naturais e reutilizando materiais. Toda a decoração dos quartos e dos espaços públicos remete para o mar, a pesca e a praia.

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E o pequeno-almoço? Meu Deus! Foi dos melhores, mais saudáveis e mais completos que já provei na vida! Vou só abrir-lhe o apetite: coulis de frutos vermelhos, puré de manga, iogurte natural, papas de banana, abacate e manga, três granolas diferentes, frutos secos e sementes de chia e de sésamo, sumo natural de abacaxi e hortelã, sumo de laranja, ovos feitos no momento, croissants, pastéis de nata, bolo do dia e outro sem glúten, depois os óbvios pães, queijos, fiambre, bacon, cogumelos, enfim. Uma desgraça!

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Depois de nos empanturrarmos desta maneira, não tivemos estômago para ir almoçar ao restaurante do hotel, que curiosamente abriu antes do próprio hotel. O Noah Beach House fica, como o próprio nome indica, na praia. São 2 minutos a pé desde a receção. Os ingredientes produzidos ali mesmo ou vindos da horta biológica, juntamente com o peixe fresco da costa, são as estrelas do menu.

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Mas fizemos questão de ir beber um café ao Areias do Seixo, o irmão mais velho do Noah Surf House, que se situa a apenas 5 minutos de carro, em A dos Cunhados, de frente para a Praia da Mexilhoeira. Nós somos fãs deste hotel. Aliás, foi o primeiro post que escrevemos aqui no blog, há quase 6 anos.

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Tem uma decoração espetacular, um ambiente sereno e super romântico, 14 quartos (cada um com a sua própria decoração), villas e townhouses de luxo e uma incrível tenda, “o Abrigo dos Pinheiros”, cujo interior faz muitos quartos de hotéis de 5 estrelas corarem de vergonha.

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Além disso, conte ainda com uma piscina e um SPA lindo de morrer, um restaurante maravilhoso com vista para o mar, uma estufa muito gira para eventos, e recantos infindáveis cheios de charme.

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Confesso que nos custou muito sair daqui. Por mim, mudava-me para este paraíso todos os fins de semana, mas infelizmente o nosso orçamento familiar não nos permite extravagâncias destas. Sim, o Areias do Seixo é muito caro mesmo. 

Quando cheguei ao parque de estacionamento do hotel, já estava Ele todo contente a experimentar todas as funcionalidades do computador de bordo do SEAT Arona, qual criança que não larga o brinquedo novo. Ainda me ofereci para guiar, mas o meu querido Marido Mistério tem um problema em delegar, sobretudo um volante para as minhas mãos. Ele já tinha descarregado a última versão do mapa de navegação, com todas as estradas atualizadas, e marcado o nosso próximo destino no GPS do carro: Peniche. Mas antes fizemos questão de parar no Miradouro de Santa Rita, que tem uma vista incrível, e onde os parapentes costumam descolar para sobrevoar a costa e a lindíssima praia com o mesmo nome. Um experiência, sem dúvida, inesquecível, que pode reservar aqui.

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Como o meu querido Marido Mistério é muito (ok) cuidadoso e prefere ter sempre os pés bem assentes na terra, não se quis aventurar em voos pela costa. Por isso, voltámos para o carro e acelerámos até à Praia dos Supertubos, mundialmente famosa pelas suas ondas perfeitas. Palco de inúmeros campeonatos nacionais, europeus e mundiais de surf, jet-ski e bodyboard, situa-se a sul da península de Peniche e é protegida do vento pelo molhe leste do porto de abrigo. A praia é enorme, se bem que o molhe ao fundo estraga um bocadinho a paisagem.

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Logo a seguir à praia do Molhe, tem o Porto de Peniche, onde pode apanhar o barco até às Berlengas. Não ligue aos relatos de travessias agitadas – é verdade, não é propriamente um passeio pelo Alqueva! – mas vale a pena o sacrifício e o risco de enjoo! As Berlengas são um paraíso perdido no meio do Atlântico. Há partidas diárias para a ilha, mas é capaz de ser melhor esperar pelo verão. Explore a ilha e planeie o seu passeio seguindo este link.

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Seguimos para norte, para parar logo a seguir, 4,5 km depois, no Baleal. É, sem dúvida, uma das minhas zonas preferidas da Costa Oeste. O Baleal é uma península onde conseguimos estar simultaneamente de costas e de frente para o mar. A única estrada de acesso à localidade atravessa a praia recheada de surfistas durante todo o ano. O lado que faz uma baía tem o mar mais calmo, já o outro lado tem ondas ideais para quem gosta de praticar surf.

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Atravessámos a praia rumo à vila, que é linda e castiça, mantendo ainda a arquitetura tradicional da região. Vale a pena passear até à capela de Santo Estêvão que tem uma vista deslumbrante para o mar e para as Berlengas.

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Petisque na Taberna do Ganhão ou vá até ao mítico Bar do Bruno onde pode comer pratos simples e despretensiosos.

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Se puder, passe uma noite no Surfers Lodge, um hotel muito giro e original, ideal para famílias e grupos de amigos que adorem surf. Tem um restaurante com ótimo ambiente com uma ementa variada feita a partir de produtos locais.

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Pode comer aqui desde peixe, a hambúrgueres ou massas, tudo em doses reforçadas, a pensar no apetite dos surfistas.

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Do outro lado da rua tem o ótimo Sushi Fish, um restaurante japonês que aproveita a localização privilegiada para comprar o peixe diariamente na lota de Peniche ou aos pescadores do Baleal. O restaurante tem uma decoração moderna e minimalista e pode acompanhar a preparação do seu prato. Ainda por cima, não é muito caro.

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Por esta altura já o meu querido Marido Mistério sonhava com as fabulosas amêijoas da Lagoa de Óbidos. Por isso, continuámos, e antes de chegarmos à lagoa ainda fizemos uma paragem obrigatória na Praia de Rei Cortiço para a fotografia da praxe. É uma praia linda, com uma enseada.

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Aliás, o bar de apoio à praia, o Rio Cortiço Mar, é do restaurante Rio Cortiço, que tem uma localização espetacular entre o mar e a Lagoa de Óbidos. Mas o nosso destino era outro: o Covão do Musaranhos, mesmo em frente à lagoa, para petiscar as espetaculares amêijoas apanhadas mesmo ali à frente. Já não é a primeira vez que aqui vimos e descrevemos toda a nossa experiência neste post

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Depois de nos deliciarmos com as enormes amêijoas, fomos passear para fazer a digestão: vale a pena ir espreitar as casas coloridas e pitorescas da Aldeia da Lapinha ou percorrer os trilhos pedestres ou de BTT à volta da lagoa. Se estiver calor, alugue uma prancha de Paddle Surf. É um programa imperdível.

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Se contornar a lagoa, vai dar à Foz do Arelho. A praia é enorme e deslumbrante, com a lagoa à esquerda e o mar em frente. É, sem dúvida, um incrível cartão postal. Saímos do carro e passeámos pela marginal que tem vários restaurantes com petiscos, sendo o Cais da Praia o mais conhecido. Como tínhamos uma mesa marcada no restaurante The History Man, em Óbidos, resistimos à tentação e seguimos viagem até à vila mais medieval de Portugal.

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Óbidos dispensa apresentações. É uma delícia passear pelas muralhas, pelas ruas e ruelas, descobrir cantos e recantos, visitar o castelo, as várias igrejas e largos, e deixar-se deslumbrar pelos inúmeros pórticos e pelas janelas floridas das casas impecavelmente preservadas. Com um ambiente histórico e romântico, a vila é palco de uma série de eventos culturais como festivais literários, gastronómicos, medievais e de Natal. Vale a pena visitar em qualquer altura do ano.

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O nosso hotel preferido na região é o Rio do Prado. Já lá passámos um fim de semana em família e contámos tudo aquiO hotel é lindo, ecológico e sustentável. As suites são enormes, a decoração é incrível e os anfitriões uma simpatia. É daqueles hotéis de onde não apetece sair. A zona da piscina é super tranquila, onde o silêncio só é interrompido pelo coachar dos sapos que vivem nos pequenos lagos que pontuam o jardim. O restaurante é ótimo e a estufa, onde os anfitriões organizam eventos, é linda de morrer.

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Mas os proprietários do Rio do Prado não se ficaram por aqui. Abriram no centro de Óbidos o The Literary Man, um hotel original com preços mais acessíveis onde os livros são os principais protagonistas. Se gosta de ler, nem vai saber para onde se virar. O hotel é literalmente forrado a livros. A sala principal parece uma biblioteca só que também funciona como bar e restaurante.

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A receção, os corredores e os quartos também têm livros à sua disposição espalhados por todo o lado. É uma perdição. O meu querido Marido Mistério passeou-se por ali de boca aberta e vagueou durante horas, deslumbrado com a variedade de livros que encontrou.

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Já eu, estava a morrer de fome, para variar. Consegui arrastá-lo até ao restaurante dos proprietários do Rio do Prado e do The Literary Man: o The History Man. Mal entrámos, o meu querido Marido Mistério voltou a suspirar de felicidade. O restaurante também tinha as paredes forradas de livros. O proprietário estava lá a receber os clientes, com um sorriso na cara e inúmeras histórias para contar.

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O ambiente é muito agradável, com ótima música ao vivo, e comemos razoavelmente. Eu optei por um bom polvo grelhado com salada, Ele pediu entrecosto com arroz de feijão que estava muito seco. A cozinha serve sobretudo pratos típicos da região, mas não convenceram o paladar do meu exigente Marido Mistério. O restaurante vale mais pelo ambiente e pela simpatia do anfitrião. E no verão, tem um pátio encantador.

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No dia seguinte, partimos em direção a norte, com um rápido desvio por Salir do Porto só para subir até ao miradouro que tem uma vista deslumbrante para a Baía de São Martinho. Depois da fotografia da praxe, seguimos até São Martinho do Porto, conhecida como “o refúgio dos agrobetos” durante o verão.

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As famílias tradicionais ribatejanas costumam mudar-se de armas e bagagens (com muitas camisolas e sweatshirts) para as antigas casas senhoriais no centro e ali ficam durante o mês de agosto, dividindo-se entre a praia da baía com as típicas barracas às riscas (as famílias com crianças), e a Praia do Salgado (Os Salgados, como é conhecida por aqui) cujo mar, meus amigos, não é para brincadeiras. Banho aqui só de balde!

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Se quiser passar aqui um dia como os habitués, calce uns mocassins, ponha o pullover pelos ombros, vá comprar uma trança à pastelaria Concha, lá em cima, perto da Igreja, almoce uma “crise” (um prato com um ovo estrelado, salsichas e batatas fritas) na emblemática Rua dos Cafés ou no mítico Samar e jante nos restaurantes do cais, o Pesca no Prato ou o Pesqueiro 25, onde era a antiga marisqueira Caravela.

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Pode sempre optar por petiscar no Ó de Casa, na marginal. Ah, e não pode sair de São Martinho sem parar em Alfeizerão para comprar o melhor pão de ló do país. O cheirinho que ficou no nosso SEAT Arona acompanhou-nos até ao nosso último destino: a Nazaré.

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Claro que, mal chegámos, estacionámos o carro na marginal em frente à pastelaria Batel, para o curioso do meu querido Marido Mistério provar um tamar, o doce típico da Nazaré. Infelizmente não resisti a dar uma ou duas (ou várias) trincas: são uns barquinhos de massa fina com um recheio de doce de ovos e uma fina cobertura de chocolate. Uma maravilha! Para eliminar as calorias do pão de ló e do tamar, decidimos passear ali pelo “calçadão” ao longo da praia, onde Ele se deixou deslumbrar por uma iguaria típica nazarena: o peixe seco que se vende ali mesmo no areal. Confesso que não fiquei fã, mas a vendedora tinha a lábia toda: "Isto é como sushi", dizia, orgulhosa, perante o meu ar incrédulo e o olhar de felicidade d’Ele, ao mesmo tempo que enchia um saco com polvos e peixes gigantes secos.

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Voltámos para o carro para guardar os quilos de peixe seco que o louco do meu marido comprou e subimos até ao Sítio da Nazaré. Meu Deus, que vista deslumbrante! Que sonho de lugar! Se não quiser ir de carro, pode sempre subir pelo funicular que o leva diretamente ao topo da falésia.

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Além da vista deslumbrante, o Sítio da Nazaré ainda mantém o encanto do passado. Não há prédios a destruir a paisagem e o largo principal tem o típico coreto e várias nazarenas a vender frutos secos. Claro que fui logo comprar. Ele é mais peixe seco, eu sou mais frutos secos. A nazarena que nos atendeu estava vestida a rigor e era uma simpatia.

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No mesmo largo, não deixe de visitar o Santuário da Nossa Senhora da NazaréDepois, não resistimos a ir beber uma imperial à Taberna da Aficion com uma localização ímpar colada ao muro do miradouro: o restaurante não é nada de especial mas a vista é imbatível.

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Só nos faltava ver a principal atração da região: as ondas gigantes do canhão da Nazaré, junto à Praia do Norte. Seguimos a pé pela Estrada do Farol que culmina no Forte de São Miguel Arcanjo.

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Ainda é uma boa caminhada, cerca de 15 minutos, mas a vista compensa tudo. A praia é linda de morrer, os surfistas não têm amor à vida e o forte vale a pena uma visita: além de ter uma vista deslumbrante para as ondas gigantes, para a Praia do Norte e para a baía da Nazaré, tem uma exposição que homenageia os surfistas que procuram a superação nas ondas da Praia do Norte, divulgando, assim, a Nazaré em todo o mundo.

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A Praia do Norte tem um areal interminável com umas ondas que metem respeito. Se se quiser aventurar, tem passeios de jet ski (com profissionais experientes a conduzir, claro!) pelas ondas gigantes. Se preferir um programa mais calmo, opte por dar um passeio a cavalo pela praia. Outro programa giro é percorrer a Estrada Atlântida de bicicleta até ao miradouro junto ao pinhal onde se situam os moinhos de vento: tem a Praia da Areeira só para si e uma vista ímpar para o pôr-do-sol.

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Antes de voltar para casa, passe pela Pastelaria Arcádia para comprar o pão do dia e comer um mil-folhas. E se ainda tiver estômago para jantar, não perca o marisco do Aki Del Mar, os pratos típicos (com ótimo peixe e marisco) da Taberna d´Adélia, o petiscos do Sitiado, os filetes de peixe galo com arroz de tomate e o peixe fresquíssimo da Casa Pires, no Sítio da Nazaré, o marisco fresco d’A Maltinha ou o sames de bacalhau da Taberna t’zelino, no lado norte da praia. Mas para conseguir comer isto tudo teríamos de ficar lá pelo menos uma semana. Uma coisa é certa, temos voltar. E rapidamente.

 

Uma ótima viagem para si, onde quer que esteja,

Ela

 

Onde dormir:

Hotel Vila Galé Ericeira

Quinta dos Bons Cheiros, Ericeira

Noah Surf House, Praia da Física

Areias do Seixo, Santa Cruz

Surfers Lodge, Baleal

Rio do Prado, Óbidos 

The Literary Man, Óbidos

 

Onde comer:

Tasca da Boa Viagem, Ericeira

Mar das Lapas, Ericeira

Restaurante Esplanada Furnas, Ericeira

Restaurante Sul, Ericeira

Marisqueira de Ribamar, Ribamar

Noah Beach House, Praia de Santa Cruz

Bar do Bruno, Baleal

Taberna do Ganhão, Baleal

Rio Cortiço, Lagoa de Óbidos

Covão dos Musaranhos, Lagoa de Óbidos

Cais da Praia, Foz do Arelho

The History Man, Óbidos

Pesca no Prato, São Martinho do Porto

Pesqueiro 25, São Martinho do Porto: Tel. 262 406 983

Ó de Casa, São Martinho do Porto

Taberna d’ Adélia, Nazaré

A Maltinha, Nazaré

Taberna T’zelino, Nazaré

À Deriva Beach Bar, Nazaré

Casa Pires, Sítio da Nazaré

Sitiado, Sítio da Nazaré

 

O que fazer:

Aulas de Surf, Ericeira: Tiago Pires Surf School; 3 Surfers

Aulas de Surf, Ioga e Paddle Surf, Santa Cruz

Voar de Parapente, Miradouro Santa Rita

Passeio até às Berlengas, Peniche

Paddle Surf, Lagoa de Óbidos

Visitar a fábrica do pão de ló de Alfeizerão

Forte de São Miguel Arcanjo, Nazaré 

Passeios a Cavalo na Praia do Norte

Passeios de Buggy, de Barco, Jet Ski e Aulas de Surf, Nazaré

 

fotos: casal mistério, lacobrigo e d.r.

 

Este roteiro foi feito com o apoio da SEAT 

 

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